VESPERTINA

às quinze, pela atmosfera
me vigio, rodopio
através do sol primaveril
de fim de inverno
faço o meu verão

o frio que habita dentro de mim
se aquece, regozijando
do jubilo do astro
resplandecente
as folhas caem murchas

encontro um tanto
do meu canto encantado,
enquanto encanto o aconchego
como forasteira, danço,
canto tudo que me encanta
construo um paraíso horizontal
meu inferno agora é lar
as nuvens pegam fogo

queria ser júpiter
e chover enxofre
pra viver quente, torrando
incendiando quem invade
minha terra, minha nave
e a quem se faz de sábio
agnóstico, te quero cinzas

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