MARVÍLRUS

vem das sombras
do lago por trás de árvores
que passa pelo um bosque
florido a caminho de uma
gruta esculpida por rochas

a corpa híbrida
transpira alecrim
pelos poros dilatados
da ectoderme mestiça

os rastros deixam pétalas
murchas, morridas brancas
de tão gastas
acompanhadas
de murmúrios e dor

sincronizavam-se

na lua cheia, prostática
toca os joelhos no chão
em delicadeza
ao céu estrelado
emiti sons, invoca riqueza
ritual de magia negra
exala autoridade
tons de nobreza

vestida de relíquia
desmancha-se
sob noite fria
após o véu violeta
tocar o chão

o fito é deprimir

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texto autoral retirado da série poética Flor de Bicha, de Rucka de Lacaia.

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