DENEGRIDA
eu sou preta
nem clarinha
nem parda
nem bronzeada
nem negra
posso ser
a mais desbotada
entre as cores
mas ainda, sim
muito preta
estupidamente preta!
não estou ensolarada
não me confunda
com as brancas
as morenas
as amarelas
as neutras
veja bem, não me alveje!
nunca fui teu
leite azedo
tampouco achocolatado
sou café
forte, homogêneo
e amargo
se pedir, vai engolir quente
nada de mais ou menos
de claro, de cinza
aqui é tudo escuro
grande, largo
achatado e crespo
comigo nada
se esclarece
tudo se escurece
e denigre
tu consegues me contemplar?
vou negrejar bem na tua cara!
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