A Valsa de la Bysha Loka (Clipe Arte + Letra)



meninas, venho por meio desta, apresentar a vocês o meu primeiro clipe arte, “A Valsa de la Bysa Loka”. fiz essa poesia pensando na bailada que nós, byshas e travesticas, executamos ao decorrer da vida quando precisamos negociar quem somos. nossa vida é de longe um ballet, da hora que despertamos, até a hora que dormimos. acontece também de dançarmos nos sonhos.

a poesia surge a esse estado de acordar, pensar sobre você, ouvir críticas, sair na rua ciente de si, mas escutar reclamações, xingamentos, desejos e rejeições a respeito de sermos quem somos. é exaustivo, quem é de verdade, sabe. mas, sigo plena, como digo: auto-gestadinha.

 o texto de A Valsa de la Bysha Loka, discorre-se em alguns momentos sem nexo, porque eu mesma não tenho... sou adoecida demais pra lidar com coerência, sabe?

meu trabalho se sustenta na minha necessidade de por pra fora o que um mundo inteiro não foi capaz de me suprir. e neste processo de autogestão, tornei-me a minha maior referência. ninguém sabe lidar comigo, então através da arte tenho a oportunidade de educá-los, desvendando mitos e verdades que pairam sobre corpas testiculadas e femininas.

também tenho a pretensão de estimular minhas irmãs e semelhantes a degustarem a loucura, o adoecimento, a patologização... o que se esperar de uma bysha, não é? meu traficante me disse semana passada que o não já temos... é assim que se fala, né? enfim, aguardem por minha ira!

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Letra:

olha ela não tem peito, mas tem barba hahahaha nem sabe ser garota pobre da bysha nem tão mulher nem tão homem rica de solidez de lá, caía afetada demais pra ser viado muito punk pra ser travesti quase transfeminina quase se não fosse a cor gostava mais de dar close do que dar o cu toda autônoma autogestadinha mas ainda sim, repousava na torre da sorte ao lado de rosas brancas em espírito e verdade no som do tom do deboche pacífico saía na rua todo mundo sabia, ela também a hora exata que eles a olham, se olham se chocam trocam olhares e por fim, riem dela por notaram que ela era caída em si alguns se constrangem com a sua presença outros se excitam uns fazem propostas outros se inebriam sussurram, suspiram brisam delírios e fingem que não se admiram nunca mexam com ela dizem que pinta quadros com navalhas prazer, eu sou loka Dona Bysha Loka bailarina da vida, bruxa solta me criei só me vô no voo de um pliê no flow feminil de ser de ser o que se é é tiro pra quem ver explosão pra quem sente nota: 10!



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Comentários

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    1. "Uma maravilhosa dose de luxúria, devaneios e verdades. Rucka traz em seus versos a realidade, muitas vezes sombria, do íntimo do ser que a carrega." Paolla Santiago, para o The New York Times

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