DEVORAZ
Devorações - Imersão Artística
registro de Luara Monteiro |
no
último final de semana, aconteceu em Vitória, no Espaço Cultural - Grupo Vira-lata de Teatro, à primeira parte do Devorações,
projeto idealizado por Castiel Vitorino Brasileiro, e tive o deleite de surgir como membro e como
curadora. como
participadora, tomei parte de duas oficinas “Descolonizando Prazeres e Desejos”
de Castiel Vitorino Brasileiro (artista multimídia e estudante de Psicologia na UFES), que se sucedeu na deslocações de prazeres com
exercícios corporais, na parte da manhã. uma delícia. vários pensamentos,
vários questionamentos e várias descobertas. no começo, estive muito travada e deveras cansada devido a viagem, mas de acordo com o desenvolvimento das atividades, fui relaxando. neste momento, alguma playlist com sons florestais fora introduzida no ambiente e foi fundamental para nos conectarmos com uma das propostas da oficina: desvanecer tensões.
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no
segundo turno, depois do almoço patrocinado pelo evento, assistimos “Construção
do Dicionário Antropolofágico” de Marcela Aguiar (estudante de Biblioteconomia da UFES) e Castiel, que
ocorreu na parte da tarde. depois de devidamente comidas, voltamos a nos sentar
no chão numa outra parte do salão, mas agora, à frente do refletor para
contemplarmos o curta “A Língua dos Viado” de Luísa Marilac (está disponível no
YouTube, gratuitamente). dentro da idioma Pajubá, construímos coletivamente um
novo Aurélio, um novo dicionário. uma nova dicionária, uma tal de Aurélia está
a caminho. as oficinas incidiram no sábado, 03/06, das 10h às 16h.
registros de Luara Monteiro |
registros por Luara Monteiro |
aplicamos três exercícios ao decorrer da usinagem. um inseridos na apresentação de seus respectivos nomes, que aconteceu depois da introdução da oficina, na expectativa de desmanchar tensões e aconchegá-los. sendo assim, despertando suas memórias, boas e ruins, tristes e, ou alegres. a atividade se constituiu em dizer o seu nome e na sequência, algo que te remetesse primeiramente a mente como representante ou sinônimo do feminino.
fotografias feitas por Luara Monteiro |
Ana Vitória, 20 anos, de Guarapari,
participante da oficina, estava sentada ao meu lado, à minha direita e deu
início aos jogos, sugerindo, por sua vez, explicar o significado do seu
sinônimo de feminino, que seria “Cruzar as Pernas”, iniciando toda uma nova
construção improvisada da primeira rodada. dizer o motivo pelo qual ela
escolheu tal palavra, ação, que fosse sinônimo do tal feminino, foi muito
significativo. não era obrigatório. alguns se alongavam em seus porquês, outros
nem tanto, mas no fim, todos disseram minimamente alguma coisa. na segunda
rodada, Castiel e eu, pedimos o que seria antônimo do feminino ou que não fosse
necessariamente contrário, desbotando um pouco da linguagem binária. e de acordo
com que disseram, anotariam sob dois cartazes brancos, cujo eram divididos
pelos nomes sinônimos e antônimos, que estavam localizados em nosso meio. estávamos
sentados ao chão em círculo, eu que detesto sentar sem apoio, sem escora, me
perdi nas histórias que iam sendo apresentadas aos poucos; seja na semelhança
de vivências, quanto no jeito de falar. eu que também, sou curiosa em
trajetórias alheias, me fiz esponja naquela circunstância e absorvi um bocado
pra passar a semana inteira, entupida de ideias. mastigando e engolindo.
na segunda ocasião, justapusemos outro andamento.
agora, em pé, mas ainda em roda, que previa uma dinâmica de caráter
experimental na qual nós, curadoras da usina, na construção do desenvolvimento
das dinâmicas, temíamos. estaríamos lidando com emoções. mas se não for pra
doer, né, neim, a gente nem acorda. a atividade se fazia em apontar uma
característica, por vez, feminina da pessoa que você mais se identificasse ou
se sentisse confortável em criticar. a meu ver, percebi aquele acontecimento como celebração do
feminino ao feminino por nós, pessoas femininas e as nossas corporeidades
feminis abjetas. finalizando a usinagem, pedíamos aos presentes membros que
dissertassem cartas ao feminino, que se constituí em registrar em suas palavras
suas percepções, parâmetros e conceitos ao feminino e a feminilidade, por fim. as
cartas autorizadas serão publicadas no livro do Devorações, que ficará pronto
no segundo semestre.
registros de Luara Monteiro |
gata,
pintada, foi quem que te pintou? hoje, sexta-feira, seis dias depois, ainda to entalada.
nada desce, nada saí. ainda vou contar mais um pouco o que canalizei nessa imersão
de acordo que for digerindo. se possível. porém, coincidentemente essa oficina
veio à desejar. tenho desenvolvido projetos tendo a feminilidade como temática
e vou usando a minha corpa e das minhas irmãs como cobaias para minhas
investigações e experimentos. remo e naufrago como em campo territorial. estou
exausta de estar cansada do pronto, mas em contrapartida, cada vez mais pronta
pra destruir o contra, que me apronta. o #Devoraz foi um pouco disso pra mim. acalento, abrigo.
proteção. mas a pergunta que não quer calar: vem novidades por aí? #
encerro dizendo que amanhã vai rolar e última parte Devorações – Imersão Artística - 2018, no mesmo lugar, no mesmo horário, mas o que teremos de novo, além de oficineires noves?
foto de Luara Monteiro |
encerro dizendo que amanhã vai rolar e última parte Devorações – Imersão Artística - 2018, no mesmo lugar, no mesmo horário, mas o que teremos de novo, além de oficineires noves?
durante
o turno matutino “Remonte-se:
Oficina de Fanzine”, ministrada por Rodrigo Jesus (fotocartógrafo e poeta) e Andressa Quitéria
(escritora e desenhista), que trança também e que já tive a boa oportunidade de
ser trançada por ela para um ensaio do Foto Melanina, de Ingrid Rocha. e na parte
da tarde “Imagens Subvertidas e Subversivas: Elaborações
Monstruosas para Afundar Embarcações”, se materializará por Napê Rocha (artista
visual). estou animada pra assistir.
é necessário citar
a Felipe Lacerda (artista visual e performer), se fez e se fará presente,
novamente, durante as oficinas realizando uma ocupação artística, de cenário e tudo, com “Retrato
Dissidente”, projeto babado de fotografia documental, que eu também tive a
chance de contribuir nos dias que estive imersa em Vitória.
ouvier: Carne & Ócio (Poesia) | Compondo Feminilidade Contraluz (Performance) | Next Post
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